Arquivo do mês: setembro 2016

Novas Espécies: 21 a 30 de setembro

por Piter Kehoma Boll

Aqui está uma lista de espécies descritas de 21 a 30 de setembro. Ela certamente não inclui todas as espécies descritas. A maior parte das informações vem dos jornais Mycokeys, Phytokeys, Zookeys, Phytotaxa, Zootaxa, International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology e Systematic and Applied Microbiology, além de revistas restritas a certos táxons.

mysidella_hoshinoi

Mysidella hoshinoi é uma nova espécie de camarão-gambá descrita nos últimos 10 dias.

SARs

Plantas

Fungos

Esponjas

Platelmintos

Anelídeos

Moluscos

Nematódeos

Aracnídeos

Miriápodes

Crustáceos

Hexápodes

Peixes de nadadeiras rajadas

Lissanfíbios

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Sexta Selvagem: Solha-de-inverno

por Piter Kehoma Boll

Você consegue ver os dois peixes na foto abaixo?

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Camuflagem perfeita. Duas solhas-de-inverno, Pseudopleuronectes americanus. Foto de Brent Wilson.*

Pertencendo à espécie Pseudopleuronectes americanus, popularmente conhecida como solha-de-inverno, ela é uma espécie de linguado nativa na costa do Atlântico Norte do Canadá e dos Estados Unidos. Ela pode chegar a 70 cm de comprimento e 3,6 kg, apesar de ser menor na maior parte das áreas.

Como com outros linhados, a solha-de-inverno é assimétrica. Ela vive no substrato, deitada em um de seus lados (neste caso, do lado esquerdo) e seu olho esquerdo migrou para o lado direito, de forma que os dois apontam para cima.

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Condenada a deitar-se do lado esquerdo.

Vivendo em águas muito frias, a solha-de-inverno sofre o risco de congelar durante o inverno. Como resultado disso, seu sangue possui um conjunto de proteínas que possuem a habilidade de reduzir o ponto de congelamento da água, permitindo que permaneça líquida abaixo de 0°C.

A solha-de-inverno é um importante peixe comercial nos EUA e considera-se que possui uma carne deliciosa. Ela sofreu com a sobrepesca nas décadas passadas e algumas populações foram quase extintas. Apesar de ter havido uma grande redução na pressão de pesca ultimamente, muitas populações estão se recuperando muito lentamente devido a outros fatores, tal como degradação de habitat e baixa variabilidade genética. Além disso, ainda há áreas em que a sobrepesca possa ainda estar acontecendo.

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Referências:

Duman, J. G.; DeVries, A. L. (1976) Isolation, characterization, and physical properties of protein antifreezes from the winter flounder, Pseudopleuronectes americanusComparative Biochemistry and Physiology Part B: Comparative Biochemistry, 54(3): 375-380.

Wikipedia. Winter flounder. Disponível em: < https://en.wikipedia.org/wiki/Winter_flounder >. Acesso em 17 de setembro de 2016.

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Sexta Selvagem: Crosta-rosada

por Piter Kehoma Boll

Se você estiver andando por uma floresta na Europa pode encontrar a casca de algumas árvores coberta por uma fina crosta rosada ou alaranjada. Comumente chamada de crosta-rosada, seu nome científico é Peniophora incarnata.

peniophora_incarnata

Crosta-rosada crescendo em um ramo morto. Foto de Jerzy Opiała.*

Como acontece com a maior parte dos fungos, a crosta-rosada é sapróbica, isto é, se alimenta de material morto, neste caso de madeira morta, se forma que é mais comumente encontrada em ramos mortos. Ela afeta uma variedade de espécies de plantas, especialmente angiospermas, mas pode eventualmente crescer em pinheiros.

Às vezes considerada uma peste por sua habilidade de apodrecer madeira, a crosta-rosada também tem alguns benefícios interessantes. Ela demonstrou possuir atividade microbiana, sendo uma fonte potencial para a produção de antibióticos, e também é capaz de degradar alguns produtos carcinogênicos usados para tratar madeira, como hidrocarbonetos aromáticos policíclicos.

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Referências:

EOL – Encyclopedia of Life. Peniophora Incarnata – Rosy Crust. Disponível em: <http://www.eol.org/pages/1009530/overview&gt;. Acesso em 22 de setembro de 2016.

Lee, H., Yun, S., Jang, S., Kim, G., & Kim, J. (2015). Bioremediation of Polycyclic Aromatic Hydrocarbons in Creosote-Contaminated Soil by Peniophora incarnata KUC8836 Bioremediation Journal, 19 (1), 1-8 DOI: 10.1080/10889868.2014.939136

Suay, I., Arenal, F,, Asensio, F. J., Basilio, A., Cabello, M. A., Díez, M. T., García, J. B., González del Val, A., Gorrochategui, J., Hernández, P., Peláez, F., & Vicente, M. F. (2000). Screening of basidiomycetes for antimicrobial activities Antonie van Leeuwenhoek, 78 (2), 129-140 DOI: 10.1023/A:1026552024021

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Novas Espécies: 11 a 20 de setembro

por Piter Kehoma Boll

Aqui está uma lista de espécies descritas de 11 a 20 de setembro. Ela certamente não inclui todas as espécies descritas. A maior parte das informações vem dos jornais Mycokeys, Phytokeys, Zookeys, Phytotaxa, Zootaxa, International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology e Systematic and Applied Microbiology, além de revistas restritas a certos táxons.

petrolisthes-paulayi

Petrolisthes paulayi é um novo caranguejo descrito nos últimos 10 dias.

SARs

Plantas

Amebozoários

Fungos

Esponjas

Cnidários

Platelmintos

Anelídeos

Nematódeos

Aracnídeos

Miriápodes

Crustáceos

Hexápodes

Peixes cartilaginosos

Peixes  de nadadeiras rajadas

Lissanfíbios

Répteis

Mamíferos

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Sexta Selvagem: Samambaiaçu

por Piter Kehoma Boll

É mais do que hora de trazer uma samambaia para a Sexta Selvagem,e eu decidi começar com uma das minhas favoritas, a samambaia arbórea neotropical Dicksonia sellowiana, conhecida no Brasil como samambaiaçu ou xaxim.

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Uma samambaiaçu numa floresta no sul do Brasil. Foto de DeadWood II, usuário do Wikimedia.*

O samambaiaçu ocorre no sul do México ao Uruguai e é geralmente encontrado em florestas chuvosas, sendo uma espécie notável das florestas chuvosas no sul do Brasil, especialmente na floresta com araucária. Ele pode atingir vários metros de altura e as frondes (folhas) atingem até 2,5 m de comprimento.

Durante a maior parte do século XX, o caule fibroso do samambaiaçu (geralmente chamado “xaxim”) foi extensivamente usado para fabricar vasos de plantas e placas que serviam como substrato para cultivar orquídeas e outras plantas epífitas. Como resultado dessa exploração, bem como da destruição de seu habitat nativo, o samambaiaçu está atualmente incluído na lista brasileira de espécies ameaçadas.

O comércio de xaxim está atualmente proibido por lei no Brasil, então se você encontrar alguém vendendo em algum lugar, por favor, comunique as autoridades!

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Referências:

Schmitt, J., Schneider, P., & Windisch, P. (2009). Crescimento do cáudice e fenologia de Dicksonia sellowiana Hook. (Dicksoniaceae) no sul do Brasil Acta Botanica Brasilica, 23 (1), 283-291 DOI: 10.1590/S0102-33062009000100030

Brasil. Lei Nº 9.605/98. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm >.

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Bactérias fodonas estão se dando bem na sua máquina de lavar

por Piter Kehoma Boll

Você provavelmente ouviu falar de bactérias (e arqueias) que vivem em ambientes extremos na Terra, como fontes termais ou algos de salinidade elevada, onde a maior parte das formas de vida morreria horrivelmente em poucos segundos. Nós geralmente pensamos nestes lugares  como existindo em alguma localidade remota, no fundo do mar ou em áreas protegidas longe da civilização.

Mas graças à tecnologia humana este tipo de ambiente está agora disponível em nossas próprias casas, em nossos lava-louças, máquinas de lavar e aquecedores de água.

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Buchnera, um gênero de bactérias encontrado no intestino de pulgões (vistas como vários círculos manchados dentro da célula intestinal aqui) foi encontrado em ambientes de temperaturas extremas em residências. Foto de J. White e N. Moran.*

Em um estudo recente publicado na PeerJ, um grupo de cientistas examinou a comunidade de microrganismos vivendo em vários ambientes caseiros e descobriu que muitas espécies proliferam em ambientes com altas temperaturas, pH extremo e concentrações extremas de certos compostos químicos.

Alguns achados foram bem incomuns… Por exemplo, uma bactéria encontrada em lugares de temperaturas extremas foi Buchnera, um gênero geralmente associado com o intestino de pulgões.

Você pode ler o artigo completo aqui.

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Referência:

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Novas Espécies: 1 a 10 de setembro

por Piter Kehoma Boll

Aqui está uma lista de espécies descritas de 1 a 10 de setembro. Ela certamente não inclui todas as espécies descritas. A maior parte das informações vem dos jornais Mycokeys, Phytokeys, Zookeys, Phytotaxa, Zootaxa, International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology e Systematic and Applied Microbiology, além de revistas restritas a certos táxons.

Arqueias

Bactérias

SARs

Plantas

Fungos

Anelídeos

Moluscos

Nematódeos

Aracnídeos

Miriápodes

Crustáceos

Hexápodes

Peixes cartilaginosos

Peixes de nadadeiras rajadas

Répteis

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Sexta Selvagem: Donzelinha-helicóptero

por Piter Kehoma Boll

Donzelinhas geralmente são versões delicadas de libélulas, mas algumas espécies desafiam seu lugar entre os odonatos. O exemplo mais extremo vem das florestas chuvosas das Américas Central e do Sul e é  conhecido como Megaloprepus caerulatus ou “donzelinha-helicóptero”.

Com uma envergadura de até 19 cm, a donzelinha-helicóptero é o maior dos odonatos e um predador voraz tanto na forma de náiade aquática quanto na de adulta aérea.

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Uma fêmea adulta. Foto de Steven G. Johnson.*

Donzelinhas-helicóptero fêmeas depositam seus ovos em ocos de árvores preenchidos com água. Os machos são territorialistas e defendem os maiores buracos como território, acasalando com fêmeas interessadas em pôr seus ovos lá.

O estágio juvenil aquático, conhecido como náiade ou ninfa, é um predador de topo neste ecossistema reduzido, alimentando-se de larvas de mosquito, girinos e mesmo outros odonatos. Como adultas, elas se alimentam principalmente de aranhas construtoras de teia que capturam em áreas que recebem luz solar direta, como clareiras na floresta.

Como a população das donzelinhas-helicóptero depende do número e do tamanho dos ocos de árvore disponíveis e considerando que elas evitam cruzar grandes espaços entre fragmentos florestais, qualquer distúrbio ambiental pode ter impactos profundos nesta espécie. Estudos moleculares recentes também sugerem que o que é conhecido como Megaloprepus caerulatus é na verdade um complexo de espécies, visto que não existe fluxo genético entre as populações. Isso a (ou as) torna uma espécie ainda mais vulnerável.

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Referências:

Feindt, W., Fincke, O., & Hadrys, H. (2013). Still a one species genus? Strong genetic diversification in the world’s largest living odonate, the Neotropical damselfly Megaloprepus caerulatus Conservation Genetics, 15 (2), 469-481 DOI: 10.1007/s10592-013-0554-z

Wikipedia. Megaloprepus caerulatus. Disponível em < https://en.wikipedia.org/wiki/Megaloprepus_caerulatus >. Acesso em 7 de setembro de 2016.

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Sexta Selvagem: Besouro-de-casaco-marrom-e-ouro

por Piter Kehoma Boll

É hora do nosso próximo besouro. Para a Sexta Selvagem de hoje escolhi o Ontholestes cingulatus ou, como eu o apelidei, o besouro-de-casaco-marrom-e-ouro. Os besouros-de-casaco, cientificamente chamados de Staphylinidae (estafilinídeos), são a segunda família mais numerosa de besouros depois dos gorgulhos. Sua característica mais marcante é que os élitros são curtos, não cobrindo o abdome na maior parte das vezes. Eu sempre digo que isso faz parecer que eles estão vestindo um casaquinho, assim decidi denominá-los de besouros-de-casaco. Se você encontrar um besouro comprido com élitros curtos lembrando um casaco, muito provavelmente é um besouro-de-casaco.

O besouro-de-casaco-marrom-e-ouro é encontrando através da América do Norte e é um predador, assim como grande parte dos besouros-de-casco. Ele geralmente é encontrado perto de carniça e esterco, mas não é um detritívoro. O que ele faz é predar as larvas de moscas que estão se alimentando do material em decomposição.

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Um adulto mostrando a bela “cauda” dourada. Foto de Bruce Marlin.*

O besouro-de-casaco-marrom-e-ouro tem de 12 a 20 mm de comprimento e é quase todo marrom, mas os últimos segmentos do abdome, bem como a parte inferior do tórax, possuem uma bela e brilhante coloração dourada.

O comportamento de acasalamento do besouro-de-casaco-marrom-e-ouro é interessante. Geralmente o macho fica em volta da fêmea depois de copular com ela de maneira a guardá-la de outros machos. Este comportamento costuma terminar logo depois que a fêmea pôs os ovos, visto que a partir deste ponto o macho pode ter certeza de que é o pai das crianças. Desempenhar este comportamento de guarda é custoso para o macho, já que ele poderia estar usando esse tempo para copular com outra fêmea. Mas como fêmeas receptivas são um tanto raras, é mais vantajoso assegurar a paternidade da prole de pelo menos uma fêmea do que arriscar perder tudo.

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Referências:

Alcock, J. (1991). Adaptive mate-guarding by males of Ontholestes cingulatus (Coleoptera: Staphylinidae)Journal of Insect Behavior, 4 (6), 763-771 DOI:10.1007/BF01052230

BugGuide. Species Ontholestes cingulatus – Gold-and-Brown Rove Beetle. Disponível em: < http://bugguide.net/node/view/9548 >. Acesso em 1 de agosto de 2016.

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Novas espécies: 21 a 31 de agosto

por Piter Kehoma Boll

Aqui está uma lista de espécies descritas de 21 a 31 de agosto. Ela certamente não inclui todas as espécies descritas. A maior parte das informações vem dos jornais Mycokeys, Phytokeys, Zookeys, Phytotaxa, Zootaxa, International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology e Systematic and Applied Microbiology, além de revistas restritas a certos táxons.

Monanthotaxis

Monanthotaxis couvreurii e M. komorensis são duas novas angiospermas africanas descritas nos últimos dez dias.

SARs

Plantas

Amebozoários

Opistoporídios

Fungos

Esponjas

Anelídeos

Nematomorfos

Aracnídeos

Crustáceos

Hexápodes

Peixes de nadadeiras rajadas

Lissanfíbios

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