Arquivo do mês: abril 2022

Sexta Selvagem: Sino-Silencioso-Comum

por Piter Kehoma Boll

Entre os numerosos grupos de organismos unicelulares, os que parecem ser os mais próximos dos animais são os coanoflagelados. Como nenhum havia sido apresentado aqui antes, vamos introduzir um hoje. Com o nome de Codosiga botrytis, eu decidi chamá-lo de sino-silencioso-comum. Sino silencioso aqui é uma tradução do nome do gênero, Codosiga, que vem do grego kodon, sino, e sigē, silêncio, susurro.

Uma pequena colônia de Codosiga botrytis na Espanha. Créditos a Proyecto Agua.**

Encontrado em água doce, especialmente na Europa, o sino-silencioso-comum possui a aparência típica da maioria dos coanoflagelados. Sua célula e oval e tem um único flagelo que sai da extremidade posterior. Em torno da base do flagelo há um tipo de colar formado por várias projeções em forma de dedos. Isso faz a célula realmente se parecer um pouco com um sino.

Enquanto muitos coanoflagelados nadam livremente como células isoladas, o sino-silencioso-comum forma colônias de células que são presas, através de um pequeno pedúnculo na extremidade anterior, a um pedúnculo principal maior que, por sua vez, se prende ao substrato. O número de células numa colônia varia e aumenta à medida que as células se reproduzem assexuadamente, atingindo um máximo de cerca de 20 células.

Uma colônia ligeiramente maior. Créditos a micro*scope.*

Pelo movimento dos flagelos, as células geram uma corrente de água que se move para cima ao longo da colônia e permite que elas capturem pequenas partículas com seus colares e as ingiram. A maioria dessas partículas são bactérias, mas outras partículas orgânicas, talvez até vírus, também podem estar presentes na dieta.

Apesar de ser uma espécie consideravelmente comum e um número considerável de estudos ter focado na ultraestrutura de suas células, pouco se sabe sobre a ecologia e a fisiologia do sino-silencioso-comum. Por exemplo, ninguém sabe se ele se reproduz sexuadamente. Na verdade não sabemos nada sobre a reprodução sexuada de qualquer coanoflagelado, mas há evidências genéticas sugerindo que eles possam, de fato, se reproduzir sexuadamente. Só precisamos investigá-los mais porque, como com outras espécies pouco investigadas, eles provavelmente escondem segredos interessantes.

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Referências:

Carr, M., Leadbeater, B. S., & Baldauf, S. L. (2010). Conserved meiotic genes point to sex in the choanoflagellates. Journal of Eukaryotic Microbiology57(1), 56-62. https://doi.org/10.1111/j.1550-7408.2009.00450.x

Fenchel, T. (2019). Filter-feeding in colonial protists. Protist170(3), 283-286. https://doi.org/10.1016/j.protis.2019.04.002

Stoupin, D., Kiss, A. K., Arndt, H., Shatilovich, A. V., Gilichinsky, D. A., & Nitsche, F. (2012). Cryptic diversity within the choanoflagellate morphospecies complex Codosiga botrytis–Phylogeny and morphology of ancient and modern isolates. European journal of protistology48(4), 263-273. https://doi.org/10.1016/j.ejop.2012.01.004

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*Creative Commons License Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons de Atribuição Não Comercial 4.0 Internacional

**Creative Commons License Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons de Atribuição Não Comercial e Compartilhamento Igual 2.0 Genérica.

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