Depois de termos visto que aranhas já foram insetos, vamos ver sobre a confusão histórica na classificação dos animais que hoje conhecemos como #répteis e #anfíbios. Já houve uma época em que eles eram uma coisa só e muito disso foi resultado de preconceito contra esses animais.
Um novo ano esá começando com uma sexta-feira, como aconteceu 5 anos atrás. Em 2016, a espécie que apresentei em primeiro de janeiro foi o cinco-de-duas-cabeças, um lagarto com uma cauda em forma de cabeça. 246 espécies foram apresentadas aqui desde lá e agora, depois de 5 anos, também é hora de finalmente apresentar um novo escamado, e por que não uma espécie “com duas cabeças” de novo? Em vez de um lagarto, no entanto, desta vez é uma cobra.
Encontrada pelo subcontinente Indiano em planícies secas e semidesérticas, a espécie de hoje é Eryx johnii, a boa-vermelha-da-areia. Essa adorável cobra atinge cerca de 61 cm de comprimento, mas eventualmente alguns espécimes podem crescer até 90 cm. Sua cauda é grossa e curta, com mais ou menos a mesma grossura do resto do corpo, o que pode tornar difícil perceber a primeira vista em qual extremidade está a cabeça. A cabeça verdadeira é adaptada para cavar e os olhos são muito pequenos, provavelmente como uma adaptação para viver dentro da terra.
A cor da boa-vermelha-da-areia varia consideravelmente, de marrom-claro ou laranja a marrom-avermelhado escuro, frequentemente ficando mais escura a medida que o animal envelhece. A metade posterior do corpo em juvenis possui alguns anéis escuros que podem ajudar a identificar, para aqueles que sabem disso, que a cabeça é na outra ponta.
A boa-vermelha-da-areia é uma boa, como o nome deixa óbvio, então é uma parente das jiboias e não é uma cobra peçonhenta. Suas presas incluem principalmente pequenos mamíferos e eventualmente outros pequenos vertebrados, incluindo outras cobras, os quais ela mata por constrição como típico das boas. Como a maioria das boas, a boa-vermelha-da-areia também é ovovivípara, o que significa que não põe ovos, mas os mantém dentro do corpo até que eclodam, dando à luz até 14 cobrinhas de uma vez.
Através de sua área de distribuição, a boa-vermelha-da-areia é dita ter diferentes propriedades medicinais e também é associada com algumas superstições devido a sua cauda em forma de cabeça. Alguns acreditam que ela pode curar doenças de pele e mesmo AIDS. Também é dito que ela traz sorte, o que, em vez de ajudar a preservá-la, na verdade leva ao seu comércio ilegal pela Índia. Como resultado, a boa-vermelha-da-areia está ameaçada em alguns pontos de sua distribuição.
Humanos, como sempre, estão arruinando o planeta todo o tempo todo.
Feliz Ano Novo e vamos esperar que consigamos uma vacina e que o Bolsonaro morra.
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Referências:
Subramanean J, Reddy MV (2012) Monitor lizards and geckos used in traditional medicine face extinction and need protection. Current Science 102(9): 1248–1249.