por Piter Kehoma Boll
Se você já andou pelas praias do litoral atlântico dos Estados Unidos ao Brasil, provavelmente encontrou esqueletos da espécie de hoje jogados na areia. Seu nome científico é Mellita quinquiesperforata, mas você pode chamá-la de bolacha-da-praia-de-cinco-furos.
A bolacha-da-praia-de-cinco-furos é um equinodermo da ordem Echinoidea e, portanto, proximamente relacionada aos ouriços-do-mar. Como todas as bolachas-da-praia, ela tem um corpo achatado com uma simetria bilateral secundária que evoluiu da simetria radial original dos equinodermos (que por sua vez já é um desenvolvimento secundário da simetria bilateral original dos animais bilaterais). Seu corpo é achatado, quase circular, mas mais largo que longo, atingindo até 12 cm de largura. Animais vivos têm uma textura de veludo formada pelos espinhos e pelos cobrindo o corpo. Uma marca em forma de estrela pode ser vista em seu dorso, a qual é formada por uma linha de poros pelos quais os pódios, responsáveis pela troca gasosa, saem. Um dos braços da estrela é direcionado para a frente do animal. A boca está localizada no centro do lado ventral e o ânus fica na extremidade posterior do corpo.
O nome da bolacha-da-praia-de-cinco-furos vem do fato de seu corpo ter cinco perfurações alongadas, quatro das quais são contínuas com as quatro fileiras laterais de poros e o quinto é atrás, entre as duas fileiras posteriores. Estas aberturas ajudam a bolacha-da-praia a se mover mais facilmente através da areia ao permitir que esta passe através do corpo e também a ajudam a trazer comida até a boca. Ao mesmo tempo, as perfurações a mesclam melhor com a areia, reduzindo suas chances de serem carregados pelas ondas.
A bolacha-da-praia-de-cinco-furos gosta de substratos de areia fina, não conseguindo se enterrar em cascalho ou areia grossa. Substratos lamacentos são aversivos a ela, mas ela pode se enterrar neles se não tiver escolha.
A bolacha-da-praia-de-cinco-furos é um filtrador, filtrando pequenos organismos da areia, especialmente bactérias e eucariontes microscópicos, os quais remove de pequenas partículas argilosas que ingere. Seu comportamento alimentar e deslocamento geral através do sedimento ajudam a aumentar a oxigenação do substrato. Assim, sua presença tem grande impacto na comunidade de organismos capazes de viver na praia.
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Referências:
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Bell, B. M., & Frey, R. W. (1969). Observations on ecology and the feeding and burrowing mechanisms of Mellita quinquiesperforata (Leske). Journal of Paleontology, 553-560. https://www.jstor.org/stable/1302333
Findlay, R. H., & White, D. C. (1983). The effects of feeding by the sand dollar Mellita quinquiesperforata (Leske) on the benthic microbial community. Journal of Experimental Marine Biology and Ecology, 72(1), 25-41. https://doi.org/10.1016/0022-0981(83)90017-5
Weihe, S. C., & Gray, I. E. (1968). Observations on the biology of the sand dollar Mellita quinquiesperforata (Leske). Journal of the Elisha Mitchell Scientific Society, 315-327. https://www.jstor.org/stable/24333312
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* Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons de Atribuição e Compartilhamento Igual 4.0 Internacional.
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